Números 2023
2.654 livros inscritos
12 nacionalidades de autores publicados em Angola, Brasil, Cabo Verde, Estados Unidos, Itália, Moçambique, Portugal e Reino Unido
445 editoras
332 publicações de autor
159 jurados de Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique e Portugal
Vencedores são anunciados no Itaú Cultural, em São Paulo
Siríaco e Mister Charles, do cabo-verdiano Joaquim Arena, editado pela Quetzal, foi anunciado vencedor durante a cerimônia na Sala Vermelha do Itaú Cultural, pelo Embaixador de Portugal no Brasil, Luís Faro Ramos, que, em seguida, puxou uma conversa online com o autor. Já o superintende do Itaú Cultural, Jader Rosa, anunciou O gosto amargo dos metais, da suíça naturalizada brasileira Prisca Agustoni, editado pela 7 Letras. Na sequência, ele chamou a poeta ao palco e lhe deu a palavra.
O encontro foi conduzido pela atriz Fernanda D’Umbra e teve performance da slammer Luz Ribeiro e apresentação do escritor Santiago Nazarian, jurados desta edição do Prêmio. Selma Caetano, diretora da Oceanos Cultura, responsável pela gestão da premiação, abriu a cerimônia. Estiveram presentes, ainda, o Cônsul-Geral de Portugal em São Paulo, António Pedro Rodrigues da Silva, a Diretora do Instituto Camões no Brasil, Alexandra Pinho, o superintendente do Itaú Cultural, Jader Rosa, além de jurados da premiação e dos poetas brasileiros finalistas Claudia Roquette-Pinto, Guilherme Gontijo Flores e Prisca Agustoni.
“O Prêmio Oceanos é um trabalho coletivo constante de promoção da língua portuguesa, e existe para colocar os leitores diante da produção literária da geração contemporânea de escritores do idioma – geração esta que é muito bem representada pelos 10 livros finalistas de 2023” diz Selma. “Títulos que, sem exceção, nos arrancam da imobilidade ao reconhecer e denunciar traumas passados e recentes, e apontar novas perspectivas”, completa.
“A cada edição percebemos um amadurecimento do Oceanos, ainda mais próximo do que pensamos desde o início: promover um real e efetivo intercâmbio entre editores e autores dos países de língua portuguesa. O resultado em 2023 fortalece este propósito”, diz Jader Rosa, superintendente do Itaú Cultural. “A novidade desta edição – dividir as categorias entre prosa e poesia, com dois júris diferentes para avaliar os inscritos – é mais um passo nessa direção.”
Finalistas anunciados em novembro
Poesia
Alma Corsária, de Cláudia Roquette-Pinto (34)
Diário da encruza, de Ricardo Aleixo (Segundo selo)
Entre costas duplicadas desce um rio, de Guilherme Gontijo Flores (Ars et Vita)
O gosto amargo dos metais, de Prisca Agustoni (7Letras)
Paraíso, de Pedro Eiras (Assírio & Alvim)
Prosa
A história de Roma, de Joana Bértholo (Caminho)
A última lua de homem grande, de Mário Lúcio Sousa (Dom Quixote)
Misericórdia, de Lídia Jorge (Dom Quixote)
Naufrágio, de João Tordo (Companhia das Letras Portugal)
Siríaco e Mister Charles, de Joaquim Arena (Quetzal)
“A lista de finalistas tem uma grande variedade de nacionalidades, o que confirma o caráter cada vez mais plurinacional do prêmio Oceanos que tem grande diversidade de nacionalidades de autores e de jurados”, comenta Selma Caetano, diretora da Associação Oceanos. "É notável que entre os finalistas apareçam quatro poetas do Brasil com tão pronunciada diferença de dicções e de referências na tradição literária do país", completa Manuel da Costa Pinto, curador da premiação no Brasil.
Encontro(s) Oceanos de poesia em Belo Horizonte
Cinco poetas semifinalistas do Prêmio Oceanos 2023 – Clara Delgado, Nathália Lima, Prisca Agustoni, Daniel Arelli e Edimilson de Almeira Pereira – se reuniram no evento Encontro(s) Oceanos de poesia em Belo Horizonte para uma noite de leituras, performances e conversas sobre seus livros na livraria Jenipapo, em 27 de outubro de 2023. “Cada poeta leu poemas e falou sobre aspectos importantes de seu livro, em uma excelente oportunidade de os leitores conhecerem mais de perto cinco dos livros semifinalistas do Oceanos 2023”, disse Fabrício Marques, jurado da etapa inicial da premiação e coordenador do evento em Belo Horizonte. “Chamou a atenção uma lista com tantos poetas semifinalistas residentes em Minas Gerais, por isso resolvemos celebrar”, concluiu Selma Caetano, diretora da premiação.
Semifinalistas anunciados em setembro na livraria Tapera Taperá, em São Paulo
Poesia
Canina, de Andreia C. Faria | Edições Tinta-da-china
Arranjos vazios para letras cheias, de Clara Delgado | Urutau
Alma corsária, de Claudia Roquette-Pinto | Editora 34
O pai do artista, de Daniel Arelli | Círculo de poemas - Luna Parque e Fósforo
Uma mulher só não faz verão, de Daniela Rezende | Urutau
A vida não funciona como um relógio, de Edimilson de Almeida Pereira | Quelônio
Barro rebelado, de Evandro Camperom | Editora Patuá
Engenheiro fantasma, de Fabrício Corsaletti | Grupo Companhia das Letras
Entre costas duplicadas desce um rio, de Guilherme Gontijo Flores | Ars et Vita
Os campos calcinados, de Iacyr Anderson Freitas | Faria e Silva Editora
Ultramarino, de Januário Esteves | Cordel de Prata
Nem só de amor vive Afrodite, de Julia Peccini | Casa Philos
Lagar de fala, de Júlio Machado | Urutau
O meu corpo humano, de Maria do Rosário Pedreira | Quetzal Editores
Istmo, de Nathália Lima | Urutau
O itinerário do curativo, de Nicolas Behr | Editora Reformatório
Paraíso, de Pedro Eiras | Porto Editora
O gosto amargo dos metais, de Prisca Agustoni | 7Letras
Diário da Encruza, de Ricardo Aleixo | Editora Segundo Selo
Firmamento, de Rui Lage | Porto Editora
Adriano, de Tatiana Faia | Não (edições)
Prosa
Para os que ficam, de Alex Andrade | Confraria do vento
O manto da noite, de Carola Saavedra | Grupo Companhia das Letras
Beatriz e o poeta, de Cristovão Tezza | Todavia
Vou sumir quando a vela se apagar, de Diogo Bercito | Editora Intrínseca
Matoa, a febre do batuque, de Hélder Muteia | Alcance Editores
Um cão no meio do caminho, de Isabela Figueiredo | Editorial Caminho e Todavia
A História de Roma, de Joana Bértholo | Editorial Caminho
Naufrágio, de João Tordo | Companhia das Letras
Siríaco e mister Charles, de Joaquim Arena | Quetzal Editores
Quando éramos peixes, de José Gardeazabal | Companhia das Letras
Somos a primeira pessoa do plural, de José Luís Peixoto | Editorial Fundza
Lembremos do futuro, de Julián Fuks | Grupo Companhia das Letras
Misericórdia, de Lídia Jorge | Dom Quixote
Vinco, de Manoela Sawitzki | Grupo Companhia das Letras
A última lua de homem grande, de Mário Lúcio Sousa | Grupo LeYa
Com meus dentes de cão, de Paulo Paniago | Letramento
A história invisível, de Sofia Nestrovski | Editora Fósforo
Três mulheres no beiral, de Susana Piedade | Grupo LeYa
O que pesa no Norte, de Tiago Germano | Moinhos
Vertigens, de Valentina Silva Ferreira | Infinito Particular
Na prosa, destaca-se a presença equivalente de autores brasileiros e portugueses – nove e oito, respectivamente –, além de dois cabo-verdianos e um moçambicano. Chama a atenção também a prevalência de 18 romances ante dois livros de crônicas e nenhum de contos ou dramaturgia. Entre os escritores brasileiros, há dois autores estreantes no gênero romance, o jornalista Diogo Bercito, e a autora de HQs Sofia Nestrovsky. Por fim, há escritores já consagrados na lista, como Carola Saavedra, Cristovão Tezza, Joana Bértholo, João Tordo, José Luiz Peixoto e Julián Fuks.
Em poesia, há o destaque para os autores brasileiros. Concorrem a um lugar entre os finalistas, 15 livros brasileiros e seis portugueses. Há cinco poetas estreantes entre os semifinalistas, são os brasileiros Clara Delgado, Daniela Rezende, Evandro Camperom, Julia Peccini e Nathália Lima. Autores já conhecidos, como Claudia Roquette-Pinto, Edmilson de Almeida Pereira, Ricardo Aleixo e Pedro Eiras, também foram selecionados. Por fim, por um empate de avaliação, a lista de poesia conta com 21 livros, diferente da de prosa que tem apenas 20.
Júri
Para chegar à lista de 41 semifinalistas, 159 jurados, de cinco nacionalidades diferentes – Angola, Brasil, Cabo-Verde, Moçambique e Portugal –, leram 2.654 livros inscritos nesta edição do Prêmio Oceanos. Para conhecer o júri completo, clique aqui. Cada obra foi lida por três jurados diferentes e recebeu notas que vão de 0 a 10. As melhores colocadas integram a atual lista, que respeita, por regulamento, o limite de 70% de livros de autores de uma mesma nacionalidade.
Para a seleção dos finalistas, os jurados Ana Paula Maia, Carlos Reis, Francisco Noa, Michel Laub e Regina Zilberman leem os 20 semifinalistas de prosa para selecionar, no final de outubro, cinco finalistas da categoria. E um júri composto por André Capilé, Annita Costa Malufe, Antonio Carlos Secchin, Joana Matos Frias e Veronica Stigger avaliam os 21 semifinalistas de poesia para eleger os cinco finalistas.
Por fim, para a seleção dos dois vencedores, os jurados brasileiros André Sant'Anna, Eliane Robert Moraes, José Castello, Schneider Carpeggiani, o moçambicano Nataniel Ngomane e a portuguesa Clara Rowland leem os cinco romances finalistas para selecionar o vencedor da categoria de prosa. E um júri composto pelos brasileiros Célia Pedrosa, Maria Esther Maciel, Tatiana Pequeno e pelos portugueses Carlos Mendes de Sousa e Golgona Anghel leem os cinco finalistas de poesia para selecionar o vencedor da categoria.
Prêmio Oceanos 2023 bate novo recorde de inscrições
Mais uma vez, o Oceanos – Prêmio de Literatura em Língua Portuguesa bateu recorde de inscrições. Neste ano, concorrem 2.658 obras à premiação – um aumento de quase 10% em relação ao ano passado –, publicadas em oito países: Angola, Brasil, Cabo Verde, Reino Unido, Itália, Moçambique, Portugal e Estados Unidos. O número de editoras participantes foi de 487, outro recorde alcançado este ano.
A lista de livros concorrentes está disponível aqui.
O aumento registra uma tendência constante de crescimento. Segundo a coordenação da premiação, por um lado, houve nos últimos anos a consolidação de uma grande diversidade editorial no Brasil – responsável pela maior parte das inscrições –, por outro, a premiação tem sido cada vez mais difundida nos países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Para esse cenário, foi fundamental o trabalho dos curadores do Oceanos em África – Matilde Santos, presidente do Conselho Diretivo da Biblioteca Nacional de Cabo Verde, e do novo curador de Moçambique, João Fenhane, Diretor da Biblioteca Nacional. Completa o quadro de curadores Isabel Lucas, de Portugal, e Manuel da Costa Pinto, do Brasil, com coordenação da gestora luso-portuguesa Selma Caetano.
Participam escritores de 12 nacionalidades: Alemanha, Angola, Brasil, Cabo Verde, Chile, França, Moçambique, Paraguai, Portugal, Reino Unido, São Tomé e Príncipe e Suíça. Dos países de Língua Portuguesa do continente africano, Angola é representada por 14 autores, Cabo Verde por 12, Moçambique por 38 e São Tomé e Príncipe aparece com um autor.