2a. etapa: 10 finalistas, 4 nacionalidades
Brasil, Cabo Verde, Moçambique e Portugal estão representados no conjunto, que conta com cinco brasileiros (Airton Souza, João Silvério Trevisan e Micheliny Verunschk, na prosa; Juliana Krapp e Rodrigo Lobo Damasceno, na poesia); dois cabo-verdianos (Germano Almeida, na prosa; José Luiz Tavares, na poesia); um moçambicano (Álvaro Taruma, na poesia) e dois portugueses (Hélia Correia, na prosa; Nuno Júdice, na poesia).
As obras finalistas são, na prosa:
Caminhando com os mortos (Micheliny Verunschk) Companhia das Letras
Certas raízes (Hélia Correia) Editora Relógio D’Água
Meu irmão, eu mesmo (João Silvério Trevisan) Alfaguara
Os infortúnios de um governador nos trópicos (Germano Almeida) Editorial Caminho
Outono de carne estranha (Airton Souza) Editora Record
e, na poesia:
Criação do fogo (Álvaro Taruma) Alcance Editores
Limalha (Rodrigo Lobo Damasceno) Corsario-satã
Perder o pio a emendar a morte (José Luiz Tavares) The poets and dragons Society
Uma colheita de silêncios (Nuno Júdice) Dom Quixote
Uma volta pela lagoa (Juliana Krapp) Círculo de poemas
Essa etapa do Oceanos evidencia, assim, o caráter plural e internacional do Prêmio. Além desse alcance, revela-se também um rico leque temático e uma notória abrangência estilística. Os romances se voltam a épocas distintas, situando-se em passado histórico mais remoto (o século XIX do livro do cabo-verdiano Germano Almeida) ou mais recente (o garimpo em Serra Pelada, na década de 1980, no livro de Airton de Souza). Tratam também de tragédias sociais, como faz o livro de Micheliny Verunschk, e de dramas pessoais e existenciais, como ocorre no romance autobiográfico de João Silvério Trevisan. Já a tendência à mescla entre realidade e fantasia se encontra nos contos de Hélia Correia, que, no entanto, também apresentam uma visão crítica acerca de um mundo que desumaniza.
Na poesia, tem-se a transcendência e a investigação dos mistérios da poesia nos poemas de Nuno Júdice, ao lado do olhar para uma realidade concreta, injusta e opressora nos livros de Álvaro Taruma, José Luiz Tavares e Rodrigo Lobo Damasceno. Embora todos esses problematizem a própria poesia, o livro de Juliana Krapp enfatiza esse aspecto, ao pôr em cena o fascínio e os riscos de se conhecer e manusear a linguagem.
Dia 05 de dezembro, conheceremos os dois vencedores do Oceanos, um na categoria prosa, outra na de poesia, que serão eleitos por um júri especializado em cada uma, com membros de Brasil, Portugal e Moçambique.
Júri da categoria prosa
Andréa Del Fuego
Caetano Galindo
Manuel Frias Martins
Maria Antónia Oliveira
Nataniel Ngomane
Júri da categoria poesia
Amara Moira
Fábio Weintraub
Marcos Siscar
Maria João Cantinho
Nuno Félix
A cerimônia de anúncio dos dois vencedores será realizada na Sala Itaú Cultural, dia 05/12/2024.
1ª etapa: 60 semifinalistas, 37 editoras, 4 nacionalidades
Nessa 1ª etapa, dois júris especializados, um de prosa e outro de poesia, formados por profissionais de Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique e Portugal, trabalharam por mais de quatro meses para avaliar as obras inscritas e eleger os 30 primeiros classificados de poesia e os 30 de prosa. A especialização do júri permite uma análise mais qualificada, pois contempla a especificidade dos diferentes gêneros literários.
As autoras e autores semifinalistas são de quatro diferentes nacionalidades: Brasil, Portugal, Moçambique e Cabo Verde. Tanto o júri quanto o resultado da primeira etapa vêm ao encontro dos princípios de valorização da língua portuguesa postulados pelo Prêmio.
Chama a atenção a quantidade e a diversidade de editoras: as 60 obras semifinalistas foram publicadas por 37 casas editoriais distintas, dos grandes grupos às independentes, de diferentes perfis e nacionalidades.
Conheça os semifinalistas de Prosa e Poesia
Diversidade
O perfil dos 60 autores semifinalistas é bem diversificado, composto por escritoras e escritores tanto veteranos, com dezenas de obras publicadas, quanto estreantes.
Na categoria prosa, foram eleitos 19 romances, 7 livros de contos, 2 de crônicas e 2 dramaturgias. Parte dessa produção atualiza o passado, em narrativas de ambientação histórica que percorrem do século XVI ao século XX, enquanto outra parte dialoga com o presente de um mundo em crise, flagrando a morte, as várias formas de violência, intolerância, fundamentalismo e discriminação, sem deixar de lado a sensibilidade, a fantasia e a liberdade.
Quando se considera a poesia, pode-se falar ainda de uma outra diversidade, relativa aos estilos, que contemplam desde a ressignificação formas tradicionais, como o soneto, até a mescla de gêneros, com poemas em prosa e versos de dicção prosaica. Temas tanto atemporais quanto contemporâneos, como as guerras, as faces da resistência, a pandemia, as trincheiras das identidades e o fazer poético como ficção, estão presentes nos 30 livros semifinalistas brasileiros e estrangeiros na categoria Poesia.
Prêmio Oceanos 2024 recebe inscrições de 28 países diferentes
O Prêmio Oceanos 2024 encerrou o período de inscrições com números que atestam sua vocação internacional. Ao todo, foram inscritos 2619 livros de autores residentes em 28 países – 1204 são poesias, 836 são romances, 389 são contos, 156 são crônicas e 34 são dramaturgias. Eles foram publicados por 459 editoras de seis países: Angola, Brasil, Cabo Verde, Itália, Moçambique e Portugal.
Participam da premiação escritores de 15 nacionalidades: Angola, Argentina, Brasil, Cabo Verde, Chile, Colômbia, Espanha, Guiné-Bissau, Índia, Itália, Moçambique, Palestina, Portugal, São Tomé e Príncipe e Uruguai. Representando um aumento de 25% em relação ao ano passado.
Conheça os livros inscritos de poesia
Conheça os livros inscritos de prosa
Conheça o Júri Inicial que avaliou os livros inscritos
Próximos passos
Após o anúncio dos semifinalistas, o júri intermediário, eleito pelo júri anterior, seleciona os finalistas nas duas categorias, prosa e poesia, que serão anunciados em outubro. Na prosa, o júri intermediário é composto pelos brasileiros Carola Saavedra e Cristóvão Tezza; os portugueses António Araujo e Simão Valente; e pela moçambicana Teresa Manjate. Na poesia, pelos brasileiros Ademir Assunção e Luiza Romão; pelos portugueses Helena Buescu e Hugo Pinto Santos; e pela moçambicana Teresa Noronha.
Por fim, na terceira etapa, o júri final elege os dois vencedores – um de poesia e outro de prosa, anunciados em dezembro em cerimônia realizada no Itaú Cultural. A premiação é de 300 mil reais, 150 mil para cada um dos ganhadores.
Curadoria
A curadoria do Oceanos é formada por Matilde Santos, presidente do Conselho Diretivo da Biblioteca Nacional de Cabo Verde; João Fenhane, Diretor da Biblioteca Nacional de Moçambique, e pelos jornalistas Isabel Lucas, de Portugal, e Manuel da Costa Pinto, do Brasil. Conta com a coordenação da gestora cultural luso-brasileira Selma Caetano.