%

Edição 2024

Números 2024

2619 livros inscritos ao prêmio;

459 editoras de 6 países de língua portuguesa inscreveram livros;

343 autores independentes inscreveram suas publicações;

autores de 15 diferentes nacionalidades participaram do prêmio;

autores nascidos em 7 países da CPLP participaram do prêmio;

autores residentes em 28 diferentes países participaram do prêmio;

jurados de 4 países, Brasil, Guiné Bissau, Moçambique e Portugal, participaram dos três júris consecutivos.

3ª etapa: 2 vencedores — 2 nacionalidades 

O anúncio dos vencedores do Prêmio Oceanos de Literatura em Língua Portuguesa 2024 foi feito no dia 5 de dezembro, no auditório principal do Itaú Cultural.

Caminhando com os mortos, de Micheliny Verunschk, da Companhia das Letras (Brasil), venceu na categoria prosa, e Uma colheita de silêncios, de Nuno Júdice, da Dom Quixote (Portugal), na categoria poesia.

O superintendente do Itaú Cultural, Jader Rosa, abriu a cerimônia que foi conduzida por Selma Caetano, coordenadora do prêmio e diretora da Oceanos Cultura, no Brasil, e da Associação Oceanos, em Portugal, e por Manuel da Costa Pinto, curador do prêmio no Brasil. A direção artística da festa coube a Romulo Fróes, e a executiva a Ana Cunha e Marise Hansen.

A cerimônia homenageou os 10 livros finalistas da edição 2024, já que seus autores podem se considerar vencedores, uma vez que foram selecionados entre quase 3 mil livros concorrentes e passaram por três etapas classificatórias, vencendo uma árdua batalha até chegar à lista de finalistas.

Diante de um auditório repleto, Romulo Fróes, Luiza Brina e Rodrigo Campos, interpretaram canções baseadas nos 10 livros finalistas, compostas por Romulo Fróes, especialmente para a noite, a partir de trechos e poemas selecionados de cada livro finalista. O público e os escritores premiados puderam comprovar que a poesia, quando entoada e acompanhada de melodia, se corporifica, potencializa o apelo aos sentidos e à sensibilidade, e resgata suas origens, ligadas à música. As canções foram intercaladas com comentários sobre os livros, enquanto as capas das obras e as fotos dos autores eram projetadas no telão, numa articulação entre som e imagem que emocionou o público e os finalistas.

Representantes de várias instituições ligadas à leitura, ao livro e à literatura estavam presentes, como o Instituto Camões, a SP Leituras, a Biblioteca Mário de Andrade, a Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, a organização social Poiesis, o Museu da Língua Portuguesa, o IMS - Instituto Moreira Salles, a CBL (Câmara Brasileira do Livro), a UBE (União Brasileira de Escritores). Nomeando as instituições, os mestres de cerimônia destacaram a urgência de uma ação coletiva para mudar o status do Brasil como “país de não-leitores”.

Jurandy Valença, diretor da Biblioteca Mário de Andrade, anunciou o livro vencedor de prosa, e reforçou a importância das instituições ligadas ao livro e à leitura diante de um cenário como o que se apresenta na pesquisa “Retratos da leitura”, divulgada em novembro de 2024, segundo a qual o Brasil tem hoje um número maior de não-leitores que de leitores.

Alexandra Pinho, diretora do Instituto Camões, anunciou o livro vencedor de poesia, e saudou a “celebração das Literaturas em Língua Portuguesa que atravessam oceanos e hoje convergem para o Itaú Cultural em São Paulo”. Alexandra, em seguida, leu uma mensagem de Bruno Eiras, sub-diretor da DGLAB – Direção-geral dos Livros, dos Arquivos e das Bibliotecas de Portugal, parceiro que viabiliza a participação de jurados e curadores portugueses, na qual Eiras transmitiu seu desejo de que “estes e outros vencedores do Prémio Oceanos (passados e futuros) cheguem aos leitores nas livrarias, bibliotecas e ruas, em formato impresso ou digital, como um símbolo de que através da leitura podemos construir um mundo melhor e mais empático”.

Dentre os dez finalistas, estiveram presentes Airton Sousa, Juliana Krapp, Rodrigo Lobo Damasceno, Micheliny Verunschk e João Silvério Trevisan. A escritora portuguesa Hélia Correia, os cabo-verdianos Germano Almeida e José Luiz Tavares, e o moçambicano Álvaro Taruma não puderam comparecer, mas tiveram também seus livros apresentados em forma de canções. 

Os vencedores

Caminhando com os mortos é o segundo livro do projeto que a Micheliny Verunschk denomina “Tetralogia do mato” (o primeiro é O som do rugido da onça, que foi o terceiro lugar do Prêmio Oceanos em 2022). O romance trata das consequências do fundamentalismo religioso, que envolvem preconceito, violência e misoginia, ao mesmo tempo em que vê no “mato” uma fresta de esperança.

Uma colheita de silêncios, último livro de Nuno Júdice, expressa a melancolia frente à passagem do tempo e a ternura em relação àquilo que é indelével: a memória.

O poeta faleceu este ano, após o livro ter sido inscrito no Oceanos e distribuído entre os jurados que tinham a missão de avaliá-lo. Assim, por regulamento, “Uma colheita de silêncios” continuou a concorrer. Júdice é um dos poetas portugueses com maior reconhecimento internacional.  

O Júri Final, que escolheu os livros finalistas, foi composto, na prosa, pelos brasileiros Andréa Del Fuego e Caetano Galindo; os portugueses Manuel Frias Martins e Maria Antónia Oliveira; e pelo moçambicano Nataniel Ngomane. Na poesia, pelos brasileiros Amara Moira, Fábio Weintraub e Marcos Siscar; e pelos portugueses Maria João Cantinho e Nuno Félix.

Assista à cerimônia no canal Oceanos no Youtube: https://www.youtube.com/live/Z5cTNUVA694?feature=shared 

Confira algumas fotos do evento na galeria.

O prêmio

A curadoria do Prêmio Oceanos é de Matilde Santos, de Cabo Verde, João Fenhane, de Moçambique, Isabel Lucas, de Portugal, e Manuel da Costa Pinto, do Brasil, com coordenação geral de Selma Caetano.

A cada ano, o Oceanos vem recebendo mais inscrições, e de maior número de diferentes países. Ano a ano, novos recordes de inscrição são batidos tanto no Brasil, quanto em Portugal e nos países africanos, em especial Moçambique e Cabo-Verde, o que mostra não só a importância crescente do prêmio no calendário cultural internacional, como também o vigor literário da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. 

O Oceanos é realizado via Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), pelo Ministério da Cultura, e conta com o patrocínio do Banco Itaú, da Direção-Geral dos Livros, dos Arquivos e das Bibliotecas da República Portuguesa, o apoio do Itaú Cultural, da Biblioteca Nacional de Moçambique e do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde; e o apoio institucional da CPLP. O Prêmio Oceanos é administrado pela Associação Oceanos.

2ª etapa: 10 finalistas — 4 nacionalidades

No dia 29 de outubro de 2024, foram anunciados os dez finalistas do Prêmio Oceanos, cinco brasileiros, dois cabo-verdianos, um moçambicano e e dois portugueses

As obras finalistas são, na prosa:

Caminhando com os mortos, de Micheliny Verunschk, Companhia das Letras, Brasil

Certas raízes, de Hélia Correia, Relógio D’Água, Portugal

Meu irmão, eu mesmo, de João Silvério Trevisan, Alfaguara, Brasil

Os infortúnios de um governador nos trópicos, de Germano Almeida, Editorial Caminho, Cabo Verde

Outono de carne estranha, de Airton Souza, Record, Brasil

e, na poesia:

Criação do fogo, de Álvaro Taruma, Alcance Editores, Moçambique

Limalha, de Rodrigo Lobo Damasceno, Corsario-satã, Brasil

Perder o pio a emendar a morte, de José Luiz Tavares, The poets and dragons Society, Cabo Verde

Uma colheita de silêncios, de Nuno Júdice, Dom Quixote, Portugal

Uma volta pela lagoa, de Juliana Krapp, Círculo de poemas e Fósforo, Brasil

Os finalistas evidenciaram o caráter plural e internacional do Prêmio, com rico leque temático e notória abrangência estilística. Os romances se voltam a épocas distintas, situando-se em passado histórico mais remoto (o século XIX do livro do cabo-verdiano Germano Almeida) ou mais recente (o garimpo em Serra Pelada, na década de 1980, no livro de Airton de Souza). Tratam também de tragédias sociais, como faz o livro de Micheliny Verunschk, e de dramas pessoais e existenciais, como ocorre no romance autobiográfico de João Silvério Trevisan. Já a tendência à mescla entre realidade e fantasia se encontra nos contos de Hélia Correia, que, no entanto, também apresentam uma visão crítica acerca de um mundo que desumaniza.

Na poesia, tem-se a transcendência e a investigação dos mistérios da poesia nos poemas de Nuno Júdice, ao lado do olhar para uma realidade concreta, injusta e opressora nos livros de Álvaro Taruma, José Luiz Tavares e Rodrigo Lobo Damasceno. Embora todos esses problematizem a própria poesia, o livro de Juliana Krapp enfatiza esse aspecto, ao pôr em cena o fascínio e os riscos de se conhecer e manusear a linguagem.

Assista aos finalistas e curadores comentando sobre as obras no canal do Prêmio Oceanos no YouTube:

Criação do fogo, de Álvaro Taruma - https://www.youtube.com/shorts/aqA-ERlVpAo 

Uma volta pela lagoa, de Juliana Krapp - https://www.youtube.com/shorts/E4xO4aDxPxk 

Limalha, de Rodrigo Lobo Damasceno  - https://www.youtube.com/shorts/447iavGTUKs 

Perder o pio a emendar a morte, de José Luiz Tavares -  https://youtube.com/shorts/D94IkJPJjbc

Caminhando com os mortos, de Micheliny Verunschk - https://youtube.com/shorts/E1NqYEsW0rY 

Outono de carne estranha, de Airton Souza - https://www.youtube.com/watch?v=8ib5jpx0i7I&t=30s 

Meu irmão, eu mesmo, de João Silvério Trevisan - https://www.youtube.com/watch?v=ZV__0F3ycmI 

Certas raízes, de Hélia Correia - https://youtube.com/shorts/wVfuH2q4b4Y 

O Júri Intermediário, que escolheu os finalistas, foi composto, na prosa, pelos brasileiros Carola Saavedra e Cristovão Tezza; os portugueses António Araujo e Simão Valente; e pela moçambicana Teresa Manjate. Na poesia, pelos brasileiros Ademir Assunção e Luiza Romão; pelos portugueses Helena Buescu e Hugo Pinto Santos; e pela moçambicana Teresa Noronha.

1ª etapa: 60 semifinalistas — 4 nacionalidades — 37 editoras 

Dois júris especializados, um de prosa e outro de poesia, formados por profissionais de Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique e Portugal, trabalharam por mais de quatro meses para avaliar as 2.619 obras inscritas e eleger os 30 primeiros classificados de poesia e os 30 de prosa.

As autoras e autores semifinalistas são de quatro diferentes nacionalidades: Brasil, Portugal, Moçambique e Cabo Verde. Tanto o júri quanto o resultado da primeira etapa vêm ao encontro dos princípios de valorização da língua portuguesa postulados pelo Prêmio.

Chama a atenção a quantidade e a diversidade de editoras: as 60 obras semifinalistas foram publicadas por 37 casas editoriais distintas, dos grandes grupos às independentes, de diferentes perfis e nacionalidades.

Conheça os semifinalistas de Prosa e Poesia

Diversidade

O perfil dos 60 autores semifinalistas é bem diversificado, composto por escritoras e escritores tanto veteranos, com dezenas de obras publicadas, quanto estreantes.

Na categoria prosa, foram eleitos 19 romances, 7 livros de contos, 2 de crônicas e 2 dramaturgias. Parte dessa produção atualiza o passado, em narrativas de ambientação histórica que percorrem do século XVI ao século XX, enquanto outra parte dialoga com o presente de um mundo em crise, flagrando a morte, as várias formas de violência, intolerância, fundamentalismo e discriminação, sem deixar de lado a sensibilidade, a fantasia e a liberdade.

Quando se considera a poesia, pode-se falar ainda de uma outra diversidade, relativa aos estilos, que contemplam desde a ressignificação formas tradicionais, como o soneto, até a mescla de gêneros, com poemas em prosa e versos de dicção prosaica. Temas tanto atemporais quanto contemporâneos, como as guerras, as faces da resistência, a pandemia, as trincheiras das identidades e o fazer poético como ficção, estão presentes nos 30 livros semifinalistas brasileiros e estrangeiros na categoria Poesia.

Prêmio Oceanos 2024 recebe inscrições de 28 países diferentes

O Prêmio Oceanos 2024 encerrou as inscrições com números que atestam sua vocação internacional. Ao todo, foram inscritos 2.619 livros de autores residentes em 28 países – 1204 são poesias, 836 são romances, 389 são contos, 156 são crônicas e 34 são dramaturgias. Eles foram publicados por 459 editoras de seis países: Angola, Brasil, Cabo Verde, Itália, Moçambique e Portugal.

Participam da premiação escritores de 15 nacionalidades: Angola, Argentina, Brasil, Cabo Verde, Chile, Colômbia, Espanha, Guiné-Bissau, Índia, Itália, Moçambique, Palestina, Portugal, São Tomé e Príncipe e Uruguai. Representando um aumento de 25% em relação ao ano passado.

Conheça os livros inscritos de poesia

Conheça os livros inscritos de prosa

Conheça o Júri Inicial que avaliou os livros inscritos

Selma Caetano e Manuel da Costa Pinto
Selma Caetano e Manuel da Costa Pinto
Jader Rosa (Itaú Cultural)
Jader Rosa (Itaú Cultural)
Os músicos Romulo Fróes, Luiza Brina e Rodrigo Campos
Os músicos Romulo Fróes, Luiza Brina e Rodrigo Campos
Alexandra Pinho (Instituto Camões) anuncia o vencedor de poesia
Alexandra Pinho (Instituto Camões) anuncia o vencedor de poesia
Jurandy Valença (Biblioteca Mário de Andrade) anuncia a vencedora de prosa
Jurandy Valença (Biblioteca Mário de Andrade) anuncia a vencedora de prosa
Micheliny Verunschk, vencedora na categoria Prosa
Micheliny Verunschk, vencedora na categoria Prosa
O Cônsul-Geral António Pedro Rodrigues da Silva, Alexandra Pinho, Selma Caetano e Jurandy Valença
O Cônsul-Geral António Pedro Rodrigues da Silva, Alexandra Pinho, Selma Caetano e Jurandy Valença

Este site usa cookies para fornecer a funcionalidade necessária do site, melhorar sua experiência e analisar nosso tráfego. Ao usar nosso site, você concorda com nossa Política de Privacidade e uso de cookies.